De
novo a palavra do SENHOR veio a mim, dizendo: "Filho do homem,
quando os israelitas moravam em sua própria terra, eles a
contaminaram com sua conduta e com suas ações. Sua conduta era à
minha vista como a impureza menstrual de uma mulher."
Ezequiel
36.16, 17
Somos
como o impuro—todos nós! Todos os nossos atos de justiça são
como trapo imundo. (Leia-se "trapos
usados para reter o fluxo da menstruação")
Isaías 64.6a
Isaías 64.6a
Há
um sentido muito interessante nessas afirmações. A descarga
menstrual de uma mulher não é só sangue, nem é excremento, mesmo
que seja imundo. O ciclo menstrual é a preparação para o útero
receber, abrigar e alimentar um bebê. Uma série de transformações
acontecem para que a mulher se torne apta para carregar uma nova vida
gerada em seu ventre. Nessa preparação, novos tecidos são
formados, nutrientes são investidos e energia é gasta para que uma
a vida vingue – o cumprimento do propósito de todo o organismo.
Entretanto,
quando chega o tempo em que a semente de vida se implantaria nos
novos tecidos preparados para ela, e a semente não vem, todo aquele
investimento e trabalho começa a se desmanchar e escapar,
desperdiçado, muitas vezes com algum grau de dor e sofrimento,
sempre com incômodo.
Para
Deus, um povo escolhido, resgatado, ensinado e amparado que ainda
insistia em fazer o mal é tão desperdiçado como todo o esforço de
um corpo para receber um bebê que não chega. É algo que deveria
ser maravilhoso, mas que se torna inútil, rejeitado e, de fato,
imundo. É de se surpreender que Deus ficaria irado em ver tantas
bênçãos como as que Ele deu serem desprezadas? É de surpreender
que Deus teria nojo de um povo que desperdiçasse tantos benefícios?
Não que Deus tivesse Se surpreendido ou Se frustrado. O fato de a
mulher saber exatamente o que vai acontecer a cada mês não diminui
o incômodo ou a inconveniência da "regra". Deus sabia
exatamente o que aconteceria, e fez fielmente que Ele mesmo tinha
prescrito na Lei para essa situação. Que bom que Deus não
desperdiça nem mesmo os nossos desperdícios.
Quanto
aos nossos "atos de justiça", isso precisa de mais
contexto.
Desde
os tempo s antigos ninguém ouviu nenhum ouvido percebeu, e nenhum
olho viu outro Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele
esperam. Vens ajudar aqueles que praticam a justiça com alegria, que
se lembram de ti e dos teus caminhos. Mas, prosseguindo nós em
nossos pecados, tu te iraste. como, então, seremos salvos? Somos
como o impuro—todos nós! Todos os nossos atos de justiça são
como trapo imundo. murchamos como folhas, e como o vento as nossas
iniquidades nos levam para longe.
Isaías
64.4-6
O
problema continua sendo aqueles que desprezam a vontade de Deus, mas
o foco da imundice está naquilo que eles fazem. O pecador não
regenerado por meio de Cristo vive para si. Ele não quer saber de,
quanto menos fazer o que agrada a Deus. Só deseja fazer suas
próprias vontades. Tudo que ela fará será voltado para ela mesma –
no máximo, para o próximo ou para o planeta, talvez até para
ganhar o favor de Deus, mas nunca para dar graças e glória a Deus.
É sempre voltado para o eu.
Esta
é a raiz do pecado: uma pessoa basear toda a sua existência
(identidade, propósito e procedimento) em qualquer outra coisa que
não seja o seu Criador, a saber, Deus. Isso faz com que qualquer
coisa que essa pessoa faça seja direcionada, igualmente, para
qualquer outra coisa que não seja o seu Criador. Assim, qualquer
coisa que essa pessoa faça, por mais nobre e altruísta que seja,
será tão desperdiçada quanto a preparação do útero para um bebê
que nunca virá.
É
por isso que o profeta diz do povo que seus "atos de justiça
são como trapo imundo". Até as tentativas de fazer o bem nada
mais eram do que uma forma de reter aquilo que é inútil e vil aos
olhos de Deus. Não tinham propósito nenhum exceto tentar estancar
vez após vez após vez o refugo de uma vida desperdiçada,
tornando-se tão inútil e vil quanto aquilo que devia absorver.
A
menos que a nossa existência (identidade, propósito e procedimento)
estiver em Cristo, por meio da fé nEle, nada do que fizermos será
mais do que isso. Estando nEle, já é um exercício constante conter
o desperdício e fazer tudo para a glória dEle, visto que nossa
natureza tende a buscar nossos próprios maus desejos, nossa própria
exaltação, refugo aos olhos do Criador. Não podemos desperdiçar
tudo que Deus nos deu com obras que não rendem a Ele frutos de vida.