sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vivificados


"O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância."
João 10.10
"Minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra."
"Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho."
"Eis que tenho suspirado pelos teus preceitos; vivifica-me por tua justiça."
"O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica.
"Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de tua boca."
"Estou aflitíssimo; vivifica-me, Senhor, segundo a sua palavra."
"Ouve, Senhor, a minha voz, segundo a tua bondade; vivifica-me, segundo os teus juízos."
"Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a tua promessa."
"Muitas, Senhor, são tuas misericórdias; vivifica-me, segundo os teus juízos."
"Considera em como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua bondade."
"Viva a minha alma para louvar-te; ajudem-me os teus juízos."
Salmo 119. 25, 37, 40, 50, 88, 107, 149, 154, 156, 159, 175

Procurei "vivificar" num dicionário comum (thefreedictionary.com): 1. trazer à vida, animar 2. tornar mais vigoroso, jovial, intenso, atraente 3. avivar, alegrar, alentar
Tendo acabado de ouvir o testemunho de um irmão que foi resgatado pela graça de Deus de uma vida destruída por causa das drogas, textos lidos durante a nossa devocional no escritório (Salmo 119.33-40) e citados por ele (João 10.10) trazem à mente uma distinção entre estar meramente vivo e ser vivificado por Deus.
Estar meramente vivo é respirar, comer, beber, dormir e buscar seus próprios interesses apenas, numa fútil e frustrante tentativa de encontrar qualquer coisa que torne a existência interessante, alegre, aventurosa, distinta. Contudo, nada que se possa fazer nesta vida para essa vida satisfaz plenamente.
Antes, o que torna a mera vida vigorosa, jovial, intensa e atraente jaz além dessa sombra de realidade em que vivemos. Os fugazes prazeres de ordem física e emocional não podem nem competir com a "vida em abundância" que Deus oferece em Sua Palavra, expressada e cumprida plenamente na pessoa de Cristo. A satisfação que Ele oferece não repousa nas coisas finitas da criação, mas nEle mesmo, que é eterno e imutável.
Porém, mesmo quem já O conhece e nEle confia pode voltar a estar meramente vivo, por não buscar ativamente aquilo que vivifica, a saber, a intimidade com o Senhor. Mesmo envolvido em ministérios, é possível estar fazendo tudo nesta vida meramente para esta vida, sem pensar no que é eterno, sem pensar no que agrada ao Criador. Nisso, perde-se o agrado na obra, pois sendo criaturas de Deus o nosso verdadeiro prazer está em Lhe dar prazer.
Por isso, os contínuos pedidos "vivifica-me" devem ser também a nossa prática, com base naquilo que Deus é, tendo em mente a nossa condição espiritual, diante das situações em que os problemas nos cercam de tal modo que nosso único alento é olhar para cima, diante das situações de tamanha paz que nos esquecemos da real fonte de paz, quando nos alegramos tanto em conhecer nosso Mestre que mal podemos nos conter. Sim, pois quando somos vivificados por um Deus infinito, a nossa satisfação, embora sempre na medida, sempre nos deixa com aquele gostinho de "quero mais", e jamais se esgota, jamais satura, jamais entedia.

Macacos me mordam! Quem é como nosso Deus?!?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

pensamento da semana... será que pega?

"Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós." 2 Coríntios 4.7

"Mas ele me disse: 'Minha graça é suficiente para vosê, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza'. Portanto,, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte." 2 Coríntios 12.9-11

"Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, a fim de que ninguém se vanglorie diante dele. É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: 'Quem se gloriar, glorie-se no Senhor'." 1 Coríntios 1.26-31

Estou lendo a trilogia "científica" do C. S. Lewis. Não é uma obra muito popular--nem está completamente traduzida para o português. Foram lançados apenas os dois primeiros livros, que são os melhores, mas há muito tempo. Tanto tempo que creio que só se encontre esses livros em sebos agora (e olhe lá).
Bom... Algo que me chamou muito a atenção dessa vez foi algo que o personagem principal disse ao ser questionado sobre por que tinha sido selecionado para uma tarefa da qual ele pouco sabia. Ele disse:

"Não imagine que fui selecionado... porque sou alguém especial. Nunca se pode ver, ou não até muito tempo depois, por que qualquer pessoa foi selecionada para para qualquer tarefa. E quando se vê, é geralmente por algum motivo que não deixa espaço para a vaidade. Certamente, nunca é por causa daquilo que um homem teria considerado suas principais qualificações."

Como sempre, quando Lewis resolve inserir princípios cristãos em obras de ficção, ele o faz de forma primorosa, clara e desafiadora. Não que as passagens bíblicas acima não o façam da mesma forma, ou ainda mais intensamente. Porém, quando um princípio que estou tão habituada a ouvir é apresentado num cenário tão bizarro quando a que o livro descreve, salta ainda mais à mente que nas situações cotidianas, comuns e corriqueiras, esse princípio deve ser ainda mais trazido à mente, justamente por ser nessas horas que mais nos esquecemos de quanto nós devemos depender de Deus e não das nossas próprias habilidades. Quanto mais, então, na hora de ministrarmos e nos prepararmos para ministrar, é nessas horas que mais precisamos nos lembrar desses princípios, para que toda glória e louvor sejam dados a quem realmente são devidos: Àquele que efetua em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13).