terça-feira, 28 de abril de 2009

voltei...

Então Jesus saiu dali e foi para a região da Judéia e para o outro lado do Jordão. Novamente, uma multidão veio a ele e, segundo o seu costume, ele a ensinava.
Alguns fariseus aproximaram-se dele para pô-lo à prova, perguntando: "É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher?"
"O que Moisés ordenou?", perguntou ele.
Eles disseram: "Moisés permitiu que o homem desse uma certidão de divórcio e a mandasse embora."
Respondeu Jesus: "Moisés escreveu essa lei por causa da dureza de coração de vocês. Mas no princípio da criação Deus 'os fez homem e mulher'. 'Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne'. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe".
Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto. Ele respondeu: "Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra, estará cometendo adultério contra ela. E se ela se divorciar do seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério".
Marcos 10.1-12

Não há nada de trivial sobre o casamento, quanto menos sobre o divórcio. Deus planejou a família como um núcleo indissolúvel, e a relação entre os seus membros reflete o amor que existe entre as pessoas da Trindade quando ela (a família) vive de acordo com a vontade de Deus.
Estou longe de negar que, mesmo quando se busca a obediência a Deus, a vida em família seja um mar de rosas... Ou talvez o seja, espinhos e tudo. Como seres humanos, pecadores remidos em processo de santificação, a convivência não é fácil. Nem por isso é impossível. Só se torna "impossível" quando um ou os dois não estiverem dispostos a cuidar "não somente dos seus interesses, mas também dos interesses" do outro. É pedir demais?
Finalmente, a máxima desse texto é a ordem de Deus. Sabemos que as ordens que Ele nos dá são para o nosso bem e a Sua glória. Sabemos que Ele mesmo nos capacita a obedecer. Sabemos que a obediência traz alegria ao coração. Por que abrir mão disso? Sabemos que a desobediência traz consequências indesejáveis. Por que correr esse risco? Não podemos deixar que o nosso coração se endureça tanto, a ponto de desprezarmos a ordem [e o amor] de Deus para fazer aquilo que O desagrada.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ele lhes disse: "Quem traz uma candeia para ser colocada debaixo de uma vasilha ou de uma cama? Acaso não a coloca num lugar apropriado? Porque não há nada oculto, senão para ser revelado, e nada escondido, senão para ser trazido à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!
"Considerem atentamente o que vocês estão ouvindo", continuou ele. "Com a medida com que medirem, vocês serão medidos; e ainda mais lhes acrescentarão. A quem tiver, mais lhe será dado; de quem não tiver, até o que tem lhe será tirado".
Ele prosseguiu dizendo: "O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita".
Marcos 4.21-29


Se bem que, hoje em dia, tem gente que coloca luz de baixo da cama e diz que é "design", para criar um "clima de aconchego". Em termos práticos, é luz que não presta para muita coisa, a menos que seja para limpar de baixo da cama, pois não se consegue ler ou procurar algo importante à meia luz, quanto menos perceber se o cômodo está limpo ou sujo.
O tipo de luz que cada um emite necessariamente depende da medida que se quer alcançar. Aquele que almeja apenas ser considerado por padrões terrenos, mesmo que seja luz, será bem o tipo de luz que "cria clima" (bom ou ruim) mas não ilumina de verdade.
Aquele, porém, que emite a luz da fé sincera é bem o tipo de que falam os versículos 26-29. Ele joga a semente ou por palavras ou por ações e, muitas vezes, sem que ele sequer perceba, ele mesmo ou outra pessoa colhe os frutos do que ele fez.
Tal é o poder de Deus em nós para ganhar alguém pela nossa obediência a Ele. Tal é o poder de Deus em Sua Palavra, que não volta sem cumprir o propósito que Ele intencionou.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Novamente Jesus começou a ensinar à beira-mar. Reuniu-se ao seu redor uma multidão tão grande que ele teve que entrar num barco e assentar-se nele. O barco estava no mar, enquanto todo o povo ficava na beira da praia. Ele lhes ensinava muitas coisas por parábolas, dizendo em seu ensino: 3 "Ouçam! O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. 6 Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto. Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um". E acrescentou: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!"
Marcos 4.1-9

Em alguns lugares, e provavelmente em Israel nos tempos de Jesus, qualquer lugar que tenha um pouco de terra é local de plantio. Um semeador, mesmo que tivesse um campo para arado, não semeava apenas no campo. Antes, lançava as sementes quase indiscriminadamente, na esperança de que brotassem e dessem fruto onde quer que caíssem.
Certa vez, ouvi uma canção infantil sobre essa parábola. Ela pareceu-me inócua até que surgiram as palavras "escolher a terra em que plantar" (ou algo assim). De onde foi tirado esse conceito?! Onde já se viu? Não se escolhe onde plantar a Palavra de Deus. Lança-se a semente indiscriminadamente--a todos os que tiverem "ouvidos para ouvir" (seja literal ou figurativamente).
Pode ser que haja aquele grupo de pessoas que tenham sido preparadas para ouvir a Palavra, como o campo arado, mas isso não significa que serão desprezadas as pessoas que não pertencem a esse grupo, que nunca ouviram, aquelas que achamos que não querem saber ou que não vão entender. Quem somos nós para achar coisa alguma sobre as pessoas? Nosso propósito não é julgar, mas semear.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Jesus saiu outra vez para beira-mar. Uma grande multidão aproximou-se, e ele começou a ensiná-los. Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: "Siga-me". Levi levantou-se e o seguiu. Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e "pecadores" estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam. Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com "pecadores" e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com publicanos e 'pecadores'?" Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores".
Marcos 2.13-17


Por mais que alguém saiba (embora não assuma) que está doente, se não for ao médico jamais terá a chance de ser tratado e curado. Semelhantemente, por mais que alguém saiba que é pecador, se não for a Cristo jamais terá a chance de ser salvo e santificado. Quanto menos se esse alguém nem sequer achar que é pecador. A questão não era o caráter das pessoas em questão, pois todas eram igualmente pecadoras. O problema estava na percepção de cada uma quanto à sua condição e a atitude decorrente dela.

Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas vieram a Jesus e lhe perguntaram: "Por que os discípulos de João e os dos fariseus jejuam, mas os teus não?" Jesus respondeu: "Como podem os convidados do noivo jejuar enquanto este está com eles? Não podem, enquanto o têm consigo. Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; e nesse tempo jejuarão. "Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo. E ninguém põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, o vinho rebentará a vasilha, e tanto o vinho quanto a vasilha se estragarão. Ao contrário, põe-se vinho novo em vasilha de couro nova".
Marcos 2.18-22

Tudo, em seu devido contexto, se explica. Se jejum era parte de um período intenso de oração, de fato, tendo o recipiente das orações fisicamente presente torna o jejum um tanto desnecessário. O tempo de jejuar não era aquele e logo os motivos para se jejuar seriam outros, pois o contexto também seria radicalmente alterado pela obra de Cristo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Poucos dias depois, tendo Jesus entrado novamente em Cafarnaum, o povo ouviu falar que ele estava em casa. Então muita gente se reuniu ali, de forma que não havia lugar nem junto à porta; e ele lhes pregava a palavra. Vieram alguns homens, trazendo-lhe um paralítico, carregado por quatro deles. Não podendo levá-lo até Jesus, por causa da multidão, removeram parte da cobertura do lugar onde Jesus estava e, pela abertura do teto, baixaram a maca em que estava deitado o paralítico. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os seus pecados estão perdoados".
Estavam sentados ali alguns mestres da lei, raciocinando em seu íntimo: "Por que esse homem fala assim? Está blasfemando! Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?"
Jesus percebeu logo em seu espírito que era isso que eles estavam pensado e lhes disse: "Por que vocês estão remoendo essas coisas em seu coração? Que é mais fácil dizer ao paralítico: Os seus pecados estão perdoados, ou: Levante-se, pegue a sua maca e ande? Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados"-- disse ao paralítico -- "eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa". Ele se levantou, pegou a maca e saiu à vista de todos, que, atônitos, glorificaram a Deus, dizendo: "Nunca vimos nada igual!"
Marcos 2.1-12


Como eu gosto dessa história. Sempre que a leio fico imaginando cada cena e pensando o que deve ter passado pela cabeça das outras pessoas presentes. Daí chega a parte em que Jesus vê a fé do paralítico e lhe diz, "Os seus pecados estão perdoados". Deve ter sido um anticlímax total. Todos deviam estar esperando que Ele o curasse.
É interessante que Jesus cuida da maior e mais problemática necessidade desse homem, embora tudo que as pessoas vissem fosse a paralisia e a achassem pior. É ainda mais interessante que os mestres da lei estavam com tudo que precisavam para entender quem Jesus era naquele momento, mas não creram.
"Pô, só Deus pode perdoar pecados... Será que Jesus é Deus?" Eles, porém, já tinham decidido em seu coração que esse Jesus não podia ser o Messias. Por mais que conhecessem as Escrituras, eles não conheciam as Escrituras--não permitiam que elas lhes revelasse quem era Deus e qual era a Sua vontade.
Quantas vezes não somos assim também? Conhecendo sem conhecer as Escrituras. Sabendo sobre a autoridade de Jesus sem acatá-la.