quarta-feira, 19 de maio de 2010


Ontem começou a 36a Conferência Missionária do SBPV, e foi então que ouvi a história que vou lhes contar hoje. Peço, porém, que não espalhem muito. Quem sabe essa história não vira um livro que vocês poderão indicar aos juniores da sua igreja, do seu Clube Bíblico.

O Pr. Adilson dos Santos, representante da Junta de Missões Mundiais, compartilhou sobre o ministério de um grupo de brasileiros em Guiné-Conacri no oeste da África. Esses brasileiros, por se envolverem de forma especial com a tribo susu, receberam do chefe da tribo um terreno para a construção de uma escola PEPE (Programa de Educação Pré-Escolar).

Foi naquela escola que uma garotinha de três anos aprendeu a amar Issa (a forma como os muçulmanos chamam Jesus). Na escola, os professores ensinavam como Issa é bom e agradeciam Issa por tudo. Agradeciam pelo dia, pelo sol, pela chuva, pela selva, pelas crianças, pelos professores, pela terra, pelo alimento. Toda vez que serviam comida na escola, todos agradeciam Issa pelo alimento.

Chegando em casa, a menininha queria também agradecer Issa na hora da refeição. Porém, o pai não agradecia. Toda família apenas sentava-se à mesa e começava a comer. A menininha ficou triste.

Seu pai, percebendo após algum tempo que a menina ficava cabisbaixa às refeições, lhe perguntou, "Filha, por que você está triste?"
"Eu queria agradecer Issa pela comida, papai," ela respondeu.
Furioso, o pai gritou, "Maomé é o único profeta! Ninguém vai agradecer a Issa por nada nesta casa!"
Então, a menina ficou ainda mais triste.

Porém, o coração de um pai afetuoso (mesmo que severo) finalmente se compunge ao ver a filhinha triste. Então, certo dia na hora da refeição, o pai disse à menina, "Muito bem, filha. Você quer tanto agradecer a Issa, pode agradecer."
Alegre pela permissão, a menina respondeu, "Está bem, papai. Abaixe a cabeça e feche os olhos. Vocês também, mamãe e irmãozinhos." Então, certificando-se que todos estavam de olhos fechados, a menina começou.
"Papai do céu, muito obrigada pelo meu pai, pela minha mãe e pelos meus irmãos. Muito obrigada por nossa casa, pela escola e pelos professores. Muito obrigada pela comida que a mamãe fez para nós. Em nome de Issa, Amém!"

O pai não conseguira impedir que uma lágrima lhe escapasse ao ouvir a oração da filha. Ninguém jamais tinha agradecido a Deus por ele antes. Porém, outra coisa ainda mais intrigante lhe chamara a atenção.
"Filha," ele indagou, "como você pode falar com Issa assim? Você falou com Ele como se Ele estivesse sentado à nossa mesa!"

A partir daquele dia, o pai ora permitia que a menina orasse à mesa ora não, mas continuava intrigado com a forma como a menina falava com Issa. Até que um dia, ao permitir que sua filha orasse antes da refeição o homem foi surpreendido.
"Por que você não agradece dessa vez, papai?"
O pai, constrangido, abaixou a cabeça e, olhando para o lado, viu sua esposa fitando-o como quem dissesse, "Agora eu quero ver".
Mais constrangido ainda, o pai disse à menina, "Filha, eu não consigo. Eu não sei falar com Issa como você fala."
Ela logo retrucou, "Então vá a escolinha que o professor ensina como fazer!"

Pouco tempo depois, o pai seguiu o conselho da filha e foi à escola perguntar como ele poderia aprender a falar com Issa. Lá, ele ouviu o Evangelho e confiou em Cristo como o seu Salvador. Hoje, toda a família daquela menininha oram a Issa como se Ele estivesse presente com eles, pois de fato Ele está.

Que isso nos ensine e relembre que o nosso trabalho com crianças, embora seja para a salvação delas, pode se transformar num ministério com toda a família. Afinal, nosso trabalho com crianças é o nosso serviço ao Deus que "escolheu para o mundo o que é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é..." (1 Co 1.28), ao Deus que já usou até um jumento para subjugar um servo do diabo, que usou uma garotinha escrava para levar um general a confiar em Deus para a sua cura.
Que jamais nos esqueçamos do impacto que uma mera criança pode ter no seio de sua família quando ela se entrega a Cristo e Lhe obedece.

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