quinta-feira, 9 de setembro de 2010

É para isso que os ensinamos e discipulamos. Quantos desses tradutores não foram ensinados desde pequenos a prezar e pregar a Palavra de Deus? Especialmente depois de ver tantos adolescentes desenvolvendo seus talentos e descobrindo outros no Acampamento Jovens Comprometidos, meu coração se enche de esperança de que Deus pode fazer ainda mais maravilhas através daqueles em quem investimos. Não podemos desistir!


Artigo Lendo sob a luz do sol
Por André Souza

Ouvi um testemunho impactante sobre a leitura da Bíblia. Trata-se de uma pessoa que não tinha a Bíblia traduzida para a sua própria língua. Sempre que tinha acesso à Palavra de Deus era através de uma segunda língua que não a sua. Depois de vários anos, um tradutor da Bíblia colocou em suas mãos as Escrituras em sua língua materna. A Bíblia foi lida e em seguida veio a exclamação: “Antes eu lia como se fosse na luz da lua, mas agora leio sob a luz do sol”.

Em português nós temos diversas versões da Bíblia, de modo que nos esquecemos de um número enorme de pessoas que sequer tem Jo. 3: 16. Fazer discípulos de todas as nações implica necessariamente em usar a Bíblia para cada povo e para cada língua, pois como diz a Palavra, ela “é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho”. (Sl 119. 105).

O problema é que muitos estão sem luz no caminho, de modo que tropeçam na escuridão de seus próprios enganos e pecados.

Tenho o privilégio, junto com meus colegas, de ver no fórum sobre o uso das Escrituras em línguas indígenas, mais de quarenta etnias representadas louvando a Deus em suas próprias línguas. No entanto somente cinco tem a Bíblia toda traduzida em sua língua; cinco das 252 tribos indígenas do Brasil! Notem que não estou falando do mundo todo, somente do Brasil.

A Palavra de Deus não volta vazia (Is. 55.11), mas muitos povos estão vazios de sua Palavra. A palavra de Deus é útil, mas para aqueles que a têm. A palavra de Deus mostra o caminho certo (Pv. 3. 5-6), mas para aqueles que podem “andar” (ler) por ela.

Não é possível, segundo meu entendimento, lermos tranquilamente as diversas versões em português sabendo que muitos povos do Brasil e do mundo, não têm a Bíblia em sua língua, ficando impedidos de ver a luz que ilumina o caminho.

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"Sem fé é impossível agradar a Deus"


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nesse fim de semana, meu último avô foi promovido à glória. Ficamos muito tristes, pois parecia que ele estava melhorando depois de tanto tempo na UTI. Sentiremos muito a sua falta. Mesmo assim, o culto fúnebre (que só é fúnebre mesmo para os que não têm esperança) foi um testemunho da glória que esperamos receber em Cristo, com morte ou sem. Peço, irmãos, que orem por meus familiares incrédulos, para que a ficha finalmente caia que se eles morrerem sem Cristo passarão a eternidade longe dEle. Eles já ouviram a verdade--peçam que o Espírito os convença do pecado, da justiça e do juízo.
Neste culto, muito sabiamente, meu primo recitou um dos sonetos que meu avô tinha guardado em sua memória paquidérmica. É uma lição aguda tanto para os que não creem quanto para os que creem.

O tempo

Deus pede estrita conta de meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas, como dar sem tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo
Dado me foi bem tempo e não foi conta.
Não quis sobrando tempo fazer conta,
Quero hoje fazer conta e falta tempo.

Oh! vós que tendes tempo sem ter conta
Não gasteis esse tempo em passatempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, oh! se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam como eu o não ter tempo.


de Laurindo Rabelo

Meu avô está agora com Cristo, dando conta do seu tempo, provavelmente vendo que fez mais bem do que dava conta. Que este soneto seja uma forma bela de nos lembrar daquele querido texto de Eclesiastes 12, que tem em sua conclusão o resumo do filosofar de um rei que tinha e experimentou de tudo apenas para descobrir:

"Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau." (v.13-14)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tudo é possível...

No mês que passou, estivemos bastante ocupados com produção de material para o ano que vem. Tivemos o estágio de produção, contando com a ajuda de alguns alunos do seminário, para começar (ou continuar) a escrever material de Hora Silenciosa para todas as faixas etárias.
Para o material de juniores, tivemos a ajuda de duas alunas e duas voluntárias, todas as quais abraçaram o desafio e nos ajudaram muito. Sou muito grata a Deus pela vida delas.

Nesse período de produção, algumas de nós enfrentamos livros bíblicos que nos colocaram à prova: Ester, Oséias, Isaías... Particularmente no caso de Oséias, que foi meu projeto, as dificuldades foram múltiplas! Como superar o caráter sombrio (e às vezes sanguinário) do livro? Como explicar como Israel chegara àquele ponto em poucas e simples palavras? De quantas maneiras podemos enfatizar ARREPENDA-SE sem ser repetitivo ou maçante? Não foi uma tarefa fácil.

Esses dias, porém, encontrei uma banda que conseguiu algo mais difícil ainda: transformar trechos do livro de Ezequiel em canção... Nunca, jamais eu teria esperado que se fizessem canções baseadas em Ezequiel. Falando sério: quantas pessoas vocês conhecem que já conseguiram algo assim?!

Como eu encontrei esses cabeções? Foi através de um site, www.noisetrade.com, onde é possível baixar músicas grátis, como se fossem amostras grátis cedidas pelos artistas para os curiosos. Já encontrei vários grupos evangélicos com músicas muito legais. Mas, já viu... É naquele esquema: tenha paciência, procure com atenção, saiba um pouco de inglês... Mas foi uma das coisas mais legais que me mostraram na internet esse ano.

O nome da banda de cabeções é "The Colloquium", o nome do CD é "Son of Man", caso vocês se interessem.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Em um comunicado de ano novo, Ramesh Richard fala brevemente de uma crença (e de um modo de falar) comum, porém nociva: a crença no DESTINO. Seja na novela ou na conversa no cabelereiro, essa noção equivocada da predeterminação do futuro enfraquece nossa confiança se permitirmos que ela tome raiz. Tendo isso em mente, permita-me traduzir o texto do Dr. Ramesh. [Comentários meus aparecem entre colchetes.]

A frase "Está escrito" abre e fecha o filme "Quem quer ser um milionário?", que conquistou todos os prêmios cinematográficos mais notáveis no ano que passou. A história aqueceu o coração de milhões de pessoas em todo o mundo com a convicção cármica: nada pode impedir o destino.

Contudo, essa mesma convicção gera grande frustração entre os desprivilegiados por ficarem por fora da vida boa. [Referência ao sistema indiano de castas. Pode ser aplicado à população pobre de qualquer país.] Se todas as circunstâncias da vida so escritas impessoalmente, então é melhor resignar-se à atual situação. Se a nossa situação assim como a de outros são escritas impessoalmente, então não há motivação para buscar excelência pessoal ou para ajudar outros que estão presos ao que está impessoalmente escrito e inexoravelmente imposto.

Contrária a um decorrer fatalista e impessoal da vida, a Bíblia fala de um escrever pessoal de cada vida humana. "...todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existirem" (Salmo 139.16).

Um Deus soberano e pessoal escreveu um livro sobre toda a realidade, inclusive a sua vida. Assim como a história original do filme foi escrita por um autor criativo com um pensamento e um enredo, Deus é o Autor da sua vida. Assim como nada no livro ou no filme acontece sem um propósito, nada acontece a nenhum de nós por obra de forças impessoais. Um Deus pessoal, todo amor, todo sábio e todo poderoso desenvolveu pessoalmente o tema e o enredo da sua vida.

Deus se preocupa com você, e os detalhes da sua vida neste novo ano. Você não está abandonado a resignação ou aleatoriedade, mas a descoberta e ação. A soberania de Deus inclui a sua liberdade para escolher assim como para enfrentar as consequências das suas escolhas. Na verdade, quando a Bíblia usa a frase "está escrito", é para indicar um corpo de escrituras que relata a história de Deus e o Seu plano para a raça humana.

Se enxergarmos a nós mesmos como quem possui a vida eterna de Deus, então aceitaremos humildemente a Sua provisão para o Seu propósito pessoal para nós. Deus enviou Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, como parte da Sua história para a humanidade e para sustentar a nossa história como um todo, de agora até a eternidade. Ele não só escreveu quantos serão nossos dias em Seu livro, Ele escreveu a maneira em que precisamos viver pelo resto de nossos dias nas Escrituras. De fato, precisamos conhecer a Pessoa que escreveu o plano.

Podemos escolher acreditar numa versão alternativa da realidade--uma vida baseada num "está escrito" impessoal-- ou podemos reconhecer a verdade, que todas as circunstâncias humanas foram entretecidas numa história premiada pelo poder criativo de um Autor Pessoal para o nosso bem e para a Sua glória. Na verdade, meu versículo tema para o próximo ano, a próxima década, a proxima estação ou estágio da minha vida diz: "Clamo ao Deus Altíssimo, a Deus, que para comigo cumpre o seu propósito" (Salmo 57.2). Convido você a unir-se a mim num relacionamento confiante, esperançoso e intencional com esse Deus Soberano. Afinal, a frase "está escrito" pressupõe [exige] um Escritor--Aquele que é onicompetente e benevolente.


Ou seja...
Destino uma ova! Quem manda na minha vida é Deus!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Nada como o sangue...

Não há nada como sangue para dar liga a uma mistura improvável...

O outro dia, assisti ao final de um filme chamado "Santos ou Soldados", que eu recomendo para qualquer pessoa. Trata-se da história de alguns soldados americanos que, depois de conseguirem escapar de alemães, tentam a todo custo encontrar novamente a sua companhia. Pareceria qualquer outro filme de guerra exceto por algo que (quando assisti ao filme pela primeira vez) me chamou a atenção: o personagem principal era crente. Fiquei curiosa para descobrir como retratariam um soldado cristão na segunda guerra mundial. Repito: eu recomendo esse filme para qualquer pessoa.

No decorrer da história, os americanos se deparam com um pequeno destacamento alemão. Na troca de tiros, um dos alemães é capturado vivo. O soldado crente o reconhece e revela que seus pais foram missionários na Alemanha e aquele soldado alemão era um irmão na fé. É claro que os outros soldados americanos acham um absurdo e não entendem como o crente pode "fraternizar com o inimigo" de forma tão livre e confiar tão "cegamente" naquele alemão.
Não direi mais a respeito do filme. Que o leitor assista para descobrir o que acontece.

Vez após vez, eu fico maravilhada ao perceber como o sangue de Cristo pode criar relacionamentos onde não parece haver nada em comum. Como os soldados dos então arquiinimigos EUA e Alemanha Nazista retratados no filme, são incontáveis os exemplos de rivalidade e inimizade eliminadas pelo sangue do Salvador. Que outro fator pode unir de tal maneira pessoas tão diferentes? Que outro elo pode as unir de modo que, mesmo sem jamais terem se visto ou comunicado, pelo simples fato confiarem nEle, possam se cumprimentar e receber como família--sem reservas, sem desconfiança? Que outro poder existe capaz de transformar arquiinimigos em irmãos dispostos a dar a vida um pelo outro?

"Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo.
Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou a paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao pai, por um só Espírito.
Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus..."
Efésios 2.13-19

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Descanso

No último domingo, o pastor de minha igreja discorreu sobre "Descansar em Deus", baseando-se em Mateus 11.28-30 no culto da manhã e no Salmo 37 à noite. Eu sabia que, entre os presentes, havia pessoas de uma família que tinha perdido um ente querido havia apenas dois dias. Se foi de propósito ou não, não sei, mas pude perceber como esse chamado de Cristo para descansar nEle atrai e consola. Sendo desligada demais para me lembrar de como me senti nos momentos em que mais precisei descansar em Deus, ver a reação dessas pessoas ajudou-me a perceber o impacto que esse chamado tem mesmo entre os irmãos na fé. Quanto mais deveria ser entre aqueles que insistem nessa busca vã por "descanso" em posses, posição, prestígio e pessoas.
Isso me fez lembrar de um poema que li num livro que eu ainda não sei como foi parar lá em casa (mas fico feliz de o ter por lá): um compêndio de grandes poesias da literatura inglesa e americana. O poema se chama "The Pulley" (A roldana), de George Herbert.


Quando Deus primeiro criou o homem,
Tendo um jarro de bênçãos por perto,
Vamos (disse Ele) derramar sobre ele tudo que pudermos
Que as riquezas do mundo, que dispersas estão,
Se contraiam neste recipiente.

Então primeiro foi a força;
Depois beleza fluiu, daí sabedoria, honra, prazer:
Quando quase tudo tinha se ido Deus parou,
Percebendo que de todo o seu tesouro,
O descanso jazia ao fundo.

Pois se eu fosse (disse Ele)
Conceder esta jóia à minha criatura,
Ele adoraria aos Meus dons e não a Mim,
E descansaria na Natureza, não no Deus da Natureza:
Assim ambos seriam perdedores.

Que ele retenha o resto,
Mas os tenha com descontente inquietude:
Que seja rico e cansado, para que, ao menos,
Se a bondade não o levar, sim o cansaço
O lance ao Meu seio.


When God at first made man,
Having a glass of blessings standing by,
Let us (said He) pour on him all we can:
Let the world's riches, which dispersed lie,
Contract into a span.

So strength first made a way;
Then beauty flowed, then wisdom, honour, pleasure:
When almost all was out, God made a stay,
Perceiving that alone of all His treasure
Rest in the bottom lay.

For if I should (said He)
Bestow this jewel also on my creature,
He would adore My gifts instead of Me,
And rest in Nature, not the God of Nature:
So both should losers be.

Yet let him keep the rest,
But keep them with repining restlessness:
Let him be rich and weary, that, at least,
If goodness lead him not, yet weariness
May toss him to My breast.

De fato, quantas vezes vemos os incrédulos e ímpios tendo tudo do bom e do melhor, sendo fotografados se divertindo e gozando dos prazeres da vida. Porém, não sabemos o que se passa no coração deles, nem enquanto estão em público com um sorriso estampado no rosto, quanto menos quando estão sozinhos, sem nada que os distraia da solidão, do desconsolo, do medo, da descontente inquietude.
O descanso e o alívio estão nas mãos de Deus, e Ele os oferece aos que O amam e buscam. E o descanso que Ele oferece é perfeito e reparador.

quarta-feira, 19 de maio de 2010


Ontem começou a 36a Conferência Missionária do SBPV, e foi então que ouvi a história que vou lhes contar hoje. Peço, porém, que não espalhem muito. Quem sabe essa história não vira um livro que vocês poderão indicar aos juniores da sua igreja, do seu Clube Bíblico.

O Pr. Adilson dos Santos, representante da Junta de Missões Mundiais, compartilhou sobre o ministério de um grupo de brasileiros em Guiné-Conacri no oeste da África. Esses brasileiros, por se envolverem de forma especial com a tribo susu, receberam do chefe da tribo um terreno para a construção de uma escola PEPE (Programa de Educação Pré-Escolar).

Foi naquela escola que uma garotinha de três anos aprendeu a amar Issa (a forma como os muçulmanos chamam Jesus). Na escola, os professores ensinavam como Issa é bom e agradeciam Issa por tudo. Agradeciam pelo dia, pelo sol, pela chuva, pela selva, pelas crianças, pelos professores, pela terra, pelo alimento. Toda vez que serviam comida na escola, todos agradeciam Issa pelo alimento.

Chegando em casa, a menininha queria também agradecer Issa na hora da refeição. Porém, o pai não agradecia. Toda família apenas sentava-se à mesa e começava a comer. A menininha ficou triste.

Seu pai, percebendo após algum tempo que a menina ficava cabisbaixa às refeições, lhe perguntou, "Filha, por que você está triste?"
"Eu queria agradecer Issa pela comida, papai," ela respondeu.
Furioso, o pai gritou, "Maomé é o único profeta! Ninguém vai agradecer a Issa por nada nesta casa!"
Então, a menina ficou ainda mais triste.

Porém, o coração de um pai afetuoso (mesmo que severo) finalmente se compunge ao ver a filhinha triste. Então, certo dia na hora da refeição, o pai disse à menina, "Muito bem, filha. Você quer tanto agradecer a Issa, pode agradecer."
Alegre pela permissão, a menina respondeu, "Está bem, papai. Abaixe a cabeça e feche os olhos. Vocês também, mamãe e irmãozinhos." Então, certificando-se que todos estavam de olhos fechados, a menina começou.
"Papai do céu, muito obrigada pelo meu pai, pela minha mãe e pelos meus irmãos. Muito obrigada por nossa casa, pela escola e pelos professores. Muito obrigada pela comida que a mamãe fez para nós. Em nome de Issa, Amém!"

O pai não conseguira impedir que uma lágrima lhe escapasse ao ouvir a oração da filha. Ninguém jamais tinha agradecido a Deus por ele antes. Porém, outra coisa ainda mais intrigante lhe chamara a atenção.
"Filha," ele indagou, "como você pode falar com Issa assim? Você falou com Ele como se Ele estivesse sentado à nossa mesa!"

A partir daquele dia, o pai ora permitia que a menina orasse à mesa ora não, mas continuava intrigado com a forma como a menina falava com Issa. Até que um dia, ao permitir que sua filha orasse antes da refeição o homem foi surpreendido.
"Por que você não agradece dessa vez, papai?"
O pai, constrangido, abaixou a cabeça e, olhando para o lado, viu sua esposa fitando-o como quem dissesse, "Agora eu quero ver".
Mais constrangido ainda, o pai disse à menina, "Filha, eu não consigo. Eu não sei falar com Issa como você fala."
Ela logo retrucou, "Então vá a escolinha que o professor ensina como fazer!"

Pouco tempo depois, o pai seguiu o conselho da filha e foi à escola perguntar como ele poderia aprender a falar com Issa. Lá, ele ouviu o Evangelho e confiou em Cristo como o seu Salvador. Hoje, toda a família daquela menininha oram a Issa como se Ele estivesse presente com eles, pois de fato Ele está.

Que isso nos ensine e relembre que o nosso trabalho com crianças, embora seja para a salvação delas, pode se transformar num ministério com toda a família. Afinal, nosso trabalho com crianças é o nosso serviço ao Deus que "escolheu para o mundo o que é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é..." (1 Co 1.28), ao Deus que já usou até um jumento para subjugar um servo do diabo, que usou uma garotinha escrava para levar um general a confiar em Deus para a sua cura.
Que jamais nos esqueçamos do impacto que uma mera criança pode ter no seio de sua família quando ela se entrega a Cristo e Lhe obedece.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Anjo de Luz?

Ontem à noite, assisti a um filme que só não foi um completo desperdício de tempo porque foi uma oportunidade para o Pr. Cláudio e a Carla ensinarem seus filhos a reconhecer e rejeitar o mal (foi com eles que assisti ao filme) e porque me ajudou a lembrar da sagacidade do nosso inimigo, o capeta. Foi o desenho da Disney "A princesa e o sapo". Imaginamos que seria um filme razoavelmente inofensivo e eu estava curiosa para ver como tinham se conciliado o cenário (Nova Orleans no pós-1a guerra mundial) e o conto de fadas.

Acho que foi uns 10 minutos filme adentro que apareceu o primeiro indício de que o filme era qualquer coisa, menos inofensivo. O vilão era um bruxo de vudu. Eu devia ter imaginado. Mas pelo menos era o vilão, e um vilão bem vilão mesmo: maldoso, enganador, que pega os desejos egoístas de suas vítimas e os usa para escravizá-las. Porém, quando o mocinho e a mocinha (ou melhor, o sapinho e a sapinha) saem em busca da solução, vão buscá-la com uma bruxa de vudu, que aparece como uma velhinha sábia e divertida.

É aí que o capeta se mostra mais mentiroso. Mostrou sua cara mais feia e assustadora para afugentar os incautos apenas para fazê-los entrar numa armadilha cheia de algo que parece mel, mas na verdade é óleo de rícino (mamona). Nessa hora eu lembrei de umas histórias de casa mal-assombrada que vi uma vez no canal Discovery. O que aconteceu foi bem parecido: espíritos do mal atormentaram tanto a família que tinha comprado uma casa onde alguém tinha morrido que toda a família foi atrás de um sacerdote shintoista (ou algo assim; isso foi no Japão) que fez umas mandingas lá e "resolveu" o problema. Toda a família virou shintoista. E teve ainda outra história de casa mal-assombrada em que chamaram um padre católico que rezou não sei quantos terços para "exorcisar" a casa, e depois toda a família virou católica.

Começou a ver o modus operandi? No meio das trevas, ele leva as pessoas ao desespero somente para aparecer como um "anjo de luz" que vai ajudar quando elas estão no fundo do poço (2 Co 11.13-15). Passa um diagnóstico terrível para oferecer uma "cura" que não passa de outra doença que mascara os sintomas da primeira e mata mais cruelmente ainda.
Cabe a nós ensinar nossos discípulos, não a ver o capeta atrás de qualquer árvore, mas a o reconhecer como aquilo que é: um grande mentiroso fedorento. Que a luzinha que ele às vezes acende é só isca para devorar os incautos. (Lembra da isca luminosa daquele peixe feio p'ra dedéu do "Procurando Nemo"? Ou a lâmpada que dava choque nos insetos em "Vida de Inseto"? "Não olhe para a luz!")
Quem avisa amigo é! Eis o aviso: É apenas em Cristo que se encontra salvação e livramento, somente na Palavra de Deus que encontramos solução para nossos "complexos" (a saber, a transformação da nossa mente).

Então, tendo isso em mente, lembre-se:
1. Deus não nos salvou para a gente continuar sendo patife do capeta.
2. Deus não nos salvou para deixarmos outras pessoas continuarem sendo patifes do capeta.
3. Às vezes algumas porcarias que nós vemos servem para percebermos coisas profundas que devemos passar adiante.
4. Os desenhos da Disney realmente estão indo de mal a pior. Não vale a pena pagar para assistir.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Viajando no versículo

Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.

Colossenses 1.17

Esse é um dos meus versículos preferidos: nEle tudo subsiste. (Junto com Hebreus 1.3.)

Cá estava eu, matutando sobre uma devocional para o próximo Aventuras da Hora Silenciosa que tange a passagem em que esse versículo se encontra, quando dei uma das minhas típicas viajadas. Eu parei um pouco para ver o comentário do versículo e vi o seguinte.

E nele tudo subsiste - Ou são sustentadas … . O significado é que elas são mantidas em seu presente estdo; sua existência, ordem e funcionamento são continuados pelo Seu poder. Se não forem sustentadas por Ele, elas caem em desordem ou passam novamente ao nada. Se essa é a interpretação correta, então ela atribui a Cristo poder infinito—pois nada menos seria suficiente para manter o universo—e sabedoria infinita—pois é necessária para preservar a ação harmoniosa dos sóis e sistemas por quais é composto. Ninguém poderia fazer isso a não ser alguém que é divino; e, portanto, vemos o motivo por que Ele é representado como a imagem do Deus invisível. Ele é o grande e glorioso e sempre ativo agente por quem as perfeições de Deus são manisfestas.

Imediatamente, veio à minha mente aquela pergunta clássica do incrédulo que insiste em culpar Deus pelos problemas causados pelo homem. “Se Deus é tão bom assim, por que o mundo está uma porcaria?”

É claro que a primeira resposta é que o mundo está uma porcaria porque o homem se fez uma porcaria e espalhou sua porcaria por todos os lugares. “Então por que Ele não apagou tudo e começou de novo?”

É porque Ele é bom: misericordioso o suficiente para dar a oportunidade da reconciliação a nós, pobres, rebeldes e miseráveis criaturas—ao máximo de nós possível. Se Ele mantém o universo como está, mesmo que já esteja imperfeito, (quem sabe?) é para que algumas pessoas façam exatamente essas perguntas e, mesmo que por esse mísero instante, elevem seus pensamentos ao Criador. Só Ele sabe quantos que começaram com essa pergunta acabaram sendo reconciliados com Ele por meio de Cristo. Além do mais, Ele já começou de novo uma vez (Gênesis 6... dilúvio mundial). Se bobear, a população da terra (exceto por Noé e família) tinham se afastado tanto de Deus que nem faziam essas perguntas mais.

Voltando à resposta...

É porque Ele é bom: justo o suficiente para dar a todos a oportunidade de fazer uma escolha consciente, tendo conhecimento do que significa negar a Deus e do que significa seguir a Deus. Se nós fossemos apenas “robozinhos programados”, “vaquinhas de presépio”, nós não seríamos a imagem e semelhança de Deus. Ele conhece o pecado e o rejeita, o odeia. Ele quer que nós, agora que conhecemos o pecado (e não conseguimos escapar dele sozinhos), passemos a rejeitar e odiar o pecado e nos apeguemos a Ele e Sua justiça. Embora Lhe seja doloroso que tantos de nós escolhamos a miséria em vez da misericórdia, pior seria se não tivéssemos escolha.

Sim, somente a sabedoria infinita de Deus pode usar algo que caiu em imperfeição para produzir algo maravilhoso: o milagre da reconciliação através de Cristo (como diz os versículos seguintes).


… e de pensar que o que conhecemos agora de Deus não é nem uma fraçãozinha da Sua infina grandeza e sabedoria! (Romanos 11.33-36)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vivificados


"O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância."
João 10.10
"Minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra."
"Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho."
"Eis que tenho suspirado pelos teus preceitos; vivifica-me por tua justiça."
"O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica.
"Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de tua boca."
"Estou aflitíssimo; vivifica-me, Senhor, segundo a sua palavra."
"Ouve, Senhor, a minha voz, segundo a tua bondade; vivifica-me, segundo os teus juízos."
"Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a tua promessa."
"Muitas, Senhor, são tuas misericórdias; vivifica-me, segundo os teus juízos."
"Considera em como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua bondade."
"Viva a minha alma para louvar-te; ajudem-me os teus juízos."
Salmo 119. 25, 37, 40, 50, 88, 107, 149, 154, 156, 159, 175

Procurei "vivificar" num dicionário comum (thefreedictionary.com): 1. trazer à vida, animar 2. tornar mais vigoroso, jovial, intenso, atraente 3. avivar, alegrar, alentar
Tendo acabado de ouvir o testemunho de um irmão que foi resgatado pela graça de Deus de uma vida destruída por causa das drogas, textos lidos durante a nossa devocional no escritório (Salmo 119.33-40) e citados por ele (João 10.10) trazem à mente uma distinção entre estar meramente vivo e ser vivificado por Deus.
Estar meramente vivo é respirar, comer, beber, dormir e buscar seus próprios interesses apenas, numa fútil e frustrante tentativa de encontrar qualquer coisa que torne a existência interessante, alegre, aventurosa, distinta. Contudo, nada que se possa fazer nesta vida para essa vida satisfaz plenamente.
Antes, o que torna a mera vida vigorosa, jovial, intensa e atraente jaz além dessa sombra de realidade em que vivemos. Os fugazes prazeres de ordem física e emocional não podem nem competir com a "vida em abundância" que Deus oferece em Sua Palavra, expressada e cumprida plenamente na pessoa de Cristo. A satisfação que Ele oferece não repousa nas coisas finitas da criação, mas nEle mesmo, que é eterno e imutável.
Porém, mesmo quem já O conhece e nEle confia pode voltar a estar meramente vivo, por não buscar ativamente aquilo que vivifica, a saber, a intimidade com o Senhor. Mesmo envolvido em ministérios, é possível estar fazendo tudo nesta vida meramente para esta vida, sem pensar no que é eterno, sem pensar no que agrada ao Criador. Nisso, perde-se o agrado na obra, pois sendo criaturas de Deus o nosso verdadeiro prazer está em Lhe dar prazer.
Por isso, os contínuos pedidos "vivifica-me" devem ser também a nossa prática, com base naquilo que Deus é, tendo em mente a nossa condição espiritual, diante das situações em que os problemas nos cercam de tal modo que nosso único alento é olhar para cima, diante das situações de tamanha paz que nos esquecemos da real fonte de paz, quando nos alegramos tanto em conhecer nosso Mestre que mal podemos nos conter. Sim, pois quando somos vivificados por um Deus infinito, a nossa satisfação, embora sempre na medida, sempre nos deixa com aquele gostinho de "quero mais", e jamais se esgota, jamais satura, jamais entedia.

Macacos me mordam! Quem é como nosso Deus?!?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

pensamento da semana... será que pega?

"Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós." 2 Coríntios 4.7

"Mas ele me disse: 'Minha graça é suficiente para vosê, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza'. Portanto,, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte." 2 Coríntios 12.9-11

"Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, a fim de que ninguém se vanglorie diante dele. É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: 'Quem se gloriar, glorie-se no Senhor'." 1 Coríntios 1.26-31

Estou lendo a trilogia "científica" do C. S. Lewis. Não é uma obra muito popular--nem está completamente traduzida para o português. Foram lançados apenas os dois primeiros livros, que são os melhores, mas há muito tempo. Tanto tempo que creio que só se encontre esses livros em sebos agora (e olhe lá).
Bom... Algo que me chamou muito a atenção dessa vez foi algo que o personagem principal disse ao ser questionado sobre por que tinha sido selecionado para uma tarefa da qual ele pouco sabia. Ele disse:

"Não imagine que fui selecionado... porque sou alguém especial. Nunca se pode ver, ou não até muito tempo depois, por que qualquer pessoa foi selecionada para para qualquer tarefa. E quando se vê, é geralmente por algum motivo que não deixa espaço para a vaidade. Certamente, nunca é por causa daquilo que um homem teria considerado suas principais qualificações."

Como sempre, quando Lewis resolve inserir princípios cristãos em obras de ficção, ele o faz de forma primorosa, clara e desafiadora. Não que as passagens bíblicas acima não o façam da mesma forma, ou ainda mais intensamente. Porém, quando um princípio que estou tão habituada a ouvir é apresentado num cenário tão bizarro quando a que o livro descreve, salta ainda mais à mente que nas situações cotidianas, comuns e corriqueiras, esse princípio deve ser ainda mais trazido à mente, justamente por ser nessas horas que mais nos esquecemos de quanto nós devemos depender de Deus e não das nossas próprias habilidades. Quanto mais, então, na hora de ministrarmos e nos prepararmos para ministrar, é nessas horas que mais precisamos nos lembrar desses princípios, para que toda glória e louvor sejam dados a quem realmente são devidos: Àquele que efetua em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13).